quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Felicidade


A felicidade é percebida de várias formas.
No olhar alegre da mulher que recebe o seu amado no retorno do trabalho, sempre com um sorriso nos lábios e um abraço caloroso como saudação.
No riso largo da criança de família humilde, que, finalmente, numa ensolarada manhã de Natal, ganha o presente tão desejado.
Também no primeiro passo vencido, do atleta obstinado que, ignorando os sinais emitidos por seu corpo cansado pela sequência de treinos, o qual clama por mais alguns momentos de desfrute daquele repouso gostoso da manhã, levanta-se para mais uma sessão exaustiva de treinos.
Sexta-feira 12 de fevereiro foi o último dia de treino forte antes da prova almejada: a Supermaratona de Rio Grande! A planilha previa 15 km pela manhã e 14 km no final da tarde.
A indecisão no leito resultou em atraso. Não restaram muitas opções, era correr ou correr. O treino, normalmente efetuado no Parque Barigüi, teve seu local alterado, pois, para realizá-lo no parque, são adicionados 4 km de trote leve, uma vez que o terreno na saída de casa é acidentado, não sendo possível já iniciar o treino no ritmo programado.
A agenda do dia estava apertada. Os treinos precisavam ser concluídos rapidamente para dar conta do trabalho na gráfica.
Então, a corrida foi reduzida à pista da Praça Oswaldo Cruz, com muita areia e curvas fechadas. A praça fica a mil metros de casa, percurso que serviu como aquecimento para o treino.
O corpo, ainda sonolento, dava sinais de que o melhor era voltar para casa e dormir um pouco mais, porém, já desconfiava que seria feito exatamente o contrário. Aquecido, alongado e motivado, dei início à correria.


A pista tem 280 metros seguindo-se a sua borda externa, o que me obrigou a dar 54 voltas para concluir os 15 km programados. Para cumprir o ritmo solicitado, de 3’30” por km, percorri cada volta em aproximadamente 58 segundos.
As voltas foram se sucedendo, o corpo esquentando e as pernas decidiram cooperar. Apesar do grande número de voltas e do terreno arenoso, gosto de treinar na pista pela regularidade ritmada que é possível manter volta a volta. Consegui me concentrar nos movimentos, na frequência das passadas e na postura dos ombros, do queixo e dos braços.
A alegria de ter saído do conforto para iniciar o treino – mais um arrematado –, se somou a outro grande momento de felicidade, olhar para o cronômetro e observar que o ritmo foi ainda melhor do que o esperado.
Passei os 5 km com 17’17”, os 10 km com 34’10” e os 15 km finalizei com 51’18”, perfazendo um ritmo médio de 3’25” por km.
Apesar de ter sido um bom treino, havia ainda outro a ser realizado, no mesmo dia, no final da tarde. Mais 14 km me aguardavam.
Então, após outro dia de trabalho animado na empresa, voltei à mesma pista de areia para finalizar o dia de treino, que havia começado bem.
Confesso que a satisfação do resultado obtido pela manhã, contrastava com certa preocupação de, talvez, ter gasto toda a energia no primeiro embate, restando apenas moleza e peso nas pernas sobrecarregadas para o derradeiro treino vespertino.


Sem dar muita margem às dúvidas, iniciei as voltas próximo das 19h, ainda com sol. A nova rodagem programada era de 14 km em ritmo médio de 3’40” por km; algo em torno de 1’05’’ por volta (280 m), sendo necessárias 50 voltas para fechar o percurso.
O treino em pista ajuda no quesito concentração do atleta, pois se trata de algo repetitivo, no qual é preciso manter toda a atenção, o que é muito exigido no momento da competição. Vale lembrar: 50 belos quilômetros de asfalto, paralelepípedo e areia.
Ao final das 50 voltas, nova surpresa, outra vez o cansaço e a exaustão deram lugar à felicidade da conclusão vitoriosa de mais um treino duríssimo.
Os 14 km foram corridos em 49’47”, num ritmo médio de 3’33” por km. Levando-se em conta a corrida da manhã, um feito bastante satisfatório, afinal, foi fechada esta etapa de treinos.
O ciclo “ou vai ou racha” está quase concluído. Falta agora o fechamento com chave de ouro, o dia da prova, o teste derradeiro, que irá confirmar a eficácia das intermináveis sessões de treinamento, realizadas nas manhãs, tardes, noites e madrugadas desde dezembro.
Tenho a consciência de que usei o meu máximo nos treinos, lutando sempre contra a vontade do meu corpo, buscando forças em cada lembrança de treinos finalizados e do carinho daqueles que me apoiam e torcem pelo meu sucesso.
Obrigado ao meu treinador, pelos treinos, pelo incentivo e pelo apoio. Obrigado à Ana e à Priscila, do Saúde Pilates, pelo zelo e pelo profissionalismo. Obrigado ao Teixeira, da Fit Premium Batel, onde realizo minhas séries de musculação.


Sem esquecer toda a gentileza e apoio diários cedidos pela minha fiel companheira de todas as horas, que, entre outros cuidados, prepara, diariamente, deliciosos sanduíches para os meus lanchinhos ao longo do dia e sempre me recebe com aquele sorriso nos lábios.
Agora, a poucos dias da competição, reduzo as cargas de treino e intensifico o descanso e a mentalização de cada percurso da prova.
Até lá e torçam por mim.
Beijos, minha linda.

4 comentários:

  1. Torcida de nossa parte não vai faltar!
    Pisa fundo MP!!!!
    Abraço!

    André Choma

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  2. Estamos todos na torcida MP!! Vai que é sua...
    Abraço
    Adcley

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  3. Vou ser sincera, somente hoje que fui acessar o blog... Já estou há algum tempo aqui na frente do computador lendo os posts, e é tudo muito emocionante. Sabemos do tamanho do empenho do MP na prática da corrida, e tenho certeza que isso tudo é motivado pela paixão por esse esporte tão desafiador.
    Siga em frente colhendo os frutos do seu esforço. Estaremos sempre torcendo por você!
    Letícia, Denilson e Felipe

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  4. MP, o grande dia chegou e você triunfou.
    Observar seus treinos me remetem a devoção, é grande sua dedicação e profissionalismo.
    Parabéns
    Elizete

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