segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Faltam 59 dias para os 50 km de Rio Grande. Até agora são 225 km rodados

Iniciei nesta semana o treino específico para os 50 km de Rio Grande.
O treino é inovador e ousado, tanto que o Tchê o batizou de "ou vai ou racha". A ideia é reduzir os intervalos de descanso e levar o corpo à fadiga extrema – o que exige cuidados especiais com alimentação e sono.
Na terça-feira, comecei com tudo. Treinei somente no início da noite, lá pelas 20h. Foram 15 km de subidas íngremes. Corri nas redondezas do Campo Comprido, enfrentando longas subidas, dignas de treinos para a Corrida da Graciosa.
As pernas pareciam ter tijolos amarrados a elas, não se elevavam muito no início do treino. Depois, com o movimento das passadas, o motor foi aquecendo e ficou tudo bem. O ritmo se manteve uniforme e cheguei ao final do treino com um bom tempo, finalizando o percurso em 54 minutos.
Treino de ritmo em trajeto com subidas é duplamente complicado, pois, além de ter que manter um ritmo acelerado, a altimetria exige esforço adicional. O batimento cardíaco sobe fácil e o jeito é aguentar a pressão e olhar fixamente para o alvo, com a obstinação de quem sabe onde quer chegar.
Terminei o treino cerca de 21h10 e fui dormir por volta de meia-noite, depois de jantar espaguete a bolonhesa e legumes.
Hoje, às 5h23, dei a largada para outro treino, 16 km regenerativos. Este treino foi moderado mesmo, as pernas lembravam nitidamente do exercício de algumas horas antes.
Graças a Deus, finalizei outro treino no ritmo planejado: 3’55’’/km.
A fadiga, então, tentou tomar conta de mim, mas não havia tempo para descanso! Um banho rápido, um lanchinho preparado carinhosamente pela adorável e atenciosa companheira de todas as horas e saí na correria para uma aula de Pilates, ou seja, mais treino. Depois disso, outro dia de trabalho, que já prometia ser puxado.
Nesta semana, independente dos festejos natalinos, levantarei poeira na bela cidade da Lapa.
Dois primeiros passos desta longa caminhada já foram dados. O pensamento é um só: sempre em frente, rumo ao objetivo.
Beijos, minha linda.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Final de semana na atividade


O fim de semana foi de treino puxado. No sábado, um belo dia de sol, estava previsto um treino médio de 18 km, que iniciei às 8h40 no Parque Barigui.
Apesar do cansaço da semana, consegui segurar um ritmo bom e fechei o treino em 1h03min. Não foi nada fácil, mas quem disse que seria.
Ainda nesse dia, aconteceu o café de confraternização da Trainer Assessoria, lá mesmo no parque. Cada membro da equipe levou um lanchinho e fizemos um grande piquenique. Após o treino suado, foi uma bela recompensa comer tortas, bolos, frutas e tomar sucos deliciosos.
Quem participou do piquenique também foi a Amora, minha cachorrinha e da Vivi. Estava toda animada para conhecer o parque e, como esperado, adorou, brincou e correu muito – sim, ela é uma corredora.
Já no domingo, conforme as previsões, o dia começou lindo, com o sol brilhando forte desde os primeiros momentos da manhã.
Como também não poderia deixar de ser, mais um treino me aguardava, pois, já cantou Cazuza, "o tempo não para".
Levantar da cama é uma vitória, deixar o leito confortável e a companhia agradável da mulher amada, trocar o abraço gostoso das manhãs preguiçosas de domingo pela dureza do asfalto negro, pela irregularidade e maciez da grama molhada e sentir o suor escorrendo pelo rosto durante as subidas e descidas, no caminho até o parque.
Para firmar essa troca, só mesmo olhando fixamente em direção ao alvo, de outra forma, a tendência é desistir.
Contudo, finalizei mais um treino: 17 km no ritmo de 4'15"/km, treino leve em comparação com o que já foi feito até aqui. O batimento cardíaco foi de 145 bpm. Corri na grama do Parque Barigui, que, nos ensolarados dias de domingo, fica ainda mais belo.
Claro, o treino teve seu tempero. Lá pelo km 14, um pouco antes de sair do parque rumo à Praça do Japão, ponto final do percurso, pisei numa raiz de árvore e torci completamente o pé direito. Estava distraído, olhando para frente, pensando na vida e, de repente, aquela dor, uma fisgada quase rompedora de ligamentos. Porém, graças a Deus, consegui continuar correndo e, aos poucos, a dor foi se extirpando, então, concluí o treino. Quando cheguei em casa, coloquei gelo no pé e ele já está melhor; foi apenas um susto.
A cena mais interessante do treino de domingo foi a de um belo cão, um pit bull preto, que corria alegremente ao lado do seu dono. Até aí nada demais. Porém, o cão corria sobre a mureta de proteção de uma das pontes do Parque Barigüi, que tem no máximo 20 cm de largura. O cão não parecia nem um pouco “preocupado” com a possibilidade de cair na pequena cachoeira abaixo da ponte e passava incólume pelo estreito local.
Nesta segunda-feira, não há treino. É dia de merecido descanso para recarregar as baterias. Mas a semana promete!
Beijos, minha linda.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Descansa quem pode


Hoje, é dia de folga da corrida, mas tem treino de musculação.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Treino até debaixo de água

Foto: Caio Guatelli, Desafio dos 600K, 22 out. 2009.

A programação de treino nesta quinta-feira era de 16 km (médio), no ritmo aproximado de 3'45" por km.
Minha intenção era fazê-lo bem cedo pela manhã, porém, quem disse que consegui. Só acordei às 5h25 para dormir novamente.
Enfim, o dia se desenrolou, para minha surpresa, com grande aguaceiro.
Choveu durante quase todo o dia, o que me deixava em dúvida se o treino seria com tênis seco ou molhado, se entre poças ou no asfalto seco.
Porém, confesso que não pensei em não treinar, a chuva seria somente mais um componente, um tempero.
Havia agendado aula de Pilates para as 18h, então, o treino ficaria para as 19h20.
Passei o dia sentindo as pernas pesadas, até para subir escadas no trabalho estava difícil. A chuva caía incansável e eu temia pelo sucesso do meu treino.
Como havia programado, após uma ótima aula de Pilates, com muito alongamento e trabalho de força, cheguei à pista da Praça Oswaldo Cruz para treinar. A pista de areia estava encharcada, impraticável; ou seja, me restava a pista de asfalto, uma ciclovia que circula toda a parte externa da praça. Uma volta inteira totaliza 450 m e, assim, percorri 35 voltas. O asfalto estava úmido e em algumas partes, nas curvas principalmente, bem escorregadio.
Tive um pequeno estresse com um transeunte que passeava na pista com o seu cãozinho. Pedi passagem, mas fui aconselhado pelo cavalheiro a seguir pela grama. Pensei em ler para ele as orientações sobre o uso da pista, que proíbe o trânsito de cachorros, mas ignorei a situação e segui o treino.
Em outro momento, lá pela volta 20 ou 21, já cansado, mas mantendo o ritmo a cada volta, um corredor quis me acompanhar. Correu comigo por uns 15 metros falando alto, me perguntou "como funciona este treino de... velo... cidade...?". Mexeu os braços como se quisesse imitar meus movimentos. Foi só o que pude “mais ou menos” ver. Gostaria de ajudá-lo, porém, naquele momento não era possível. Tive apenas uma ideia para responder a sua indagação: siga-me! Era o máximo que podia fazer por ele durante o meu treino...
Enfim, finalizei muito bem o treino. Não nego que me senti cansado, com dores resultantes do esforço e das sucessivas curvas. Porém, também realizado por ter cumprido mais um passo importante, um treino que, durante o dia parecia improvável ou de difícil execução, ao ser concluído me trouxe alegria e satisfação pelo resultado.
Graças a Deus mais uma etapa foi completada. Vamos em frente.
A meta está posta e aguarda o seu conquistador.
Beijos, minha linda.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Treino de 16/12

Perdoem-me se cometo algumas gafes neste novo meio de comunicação, com o qual estou me familiarizando, bem aos poucos...
Bem, hoje o treino foi de 15 km em ritmo moderado, na grama.
Corri na Av. Arthur Bernardes até próximo à Av. João Bettega, somente na grama.
O ritmo aproximado foi de 3'55"/km.
As pernas estavam um pouco pesadas, pois treinei 16 km ontem à noite.
Mas vamos que vamos.
Graças a Deus, fechei mais um treino.
Hoje tenho consulta com a nutricionista. Preciso comer direitinho.
Beijos, minha linda.

Vida corrida rumo aos 50 km de Rio Grande


A foto acima mostra a chegada da edição deste ano da Supermaratona Cidade do Rio Grande, na qual conquistei o 2º lugar geral, com o tempo de 2h59min22s.
Após 10 participações consecutivas na Maratona de Curitiba, neste ano, abri mão do evento e, na semana passada, comecei a treinar firme para o primeiro desafio de 2010: a prova de 50 km, que, como o nome diz, acontece na cidade do Rio Grande, RS.
A competição teve seu percurso oficializado e agora faz parte do calendário oficial da CBAt. O percurso foi corrigido, tendo sido aumentado em 820 m; assim, a minha nova meta é reconquistar o tempo sub 3 horas nos 50 km. Parada dura, mas não impossível.
Tentarei manter um diário neste blog para exemplificar a dificuldade do treino para uma ultramaratona e a alegria de estar bem preparado ao final dela, no momento de colher os frutos plantados.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A corrida e eu

Dou início a este blog contando um pouco da minha história.
Comecei a correr aos 15 anos e, aos 26 anos, passei a treinar com orientação técnica. Meu primeiro treinador foi Adalberto Ubirajá, o Bira. Somos bons amigos. Ele me orientou por 5 anos, nos quais alcancei bons resultados, entre os quais a marca da maratona de Porto Alegre e a conquista da 1ª edição da Corrida Serra da Graciosa (Morretes/PR).
Em 2000, fui o campeão dessa prova de 20 km, famosa por seus 14 km de íngreme aclive, a qual concluí com o tempo de 1h16m59s.
Em maio de 2004, obtive o 7º lugar geral na Maratona de Porto Alegre/RS), fechando a prova em 2h25m07s, um dos melhores tempos de maratona conquistados por um corredor de Curitiba até hoje.
Também em 2004, alcancei o 7º lugar na minha categoria na Maratona Internacional de Curitiba, com o tempo de 2h30min00s. Fiquei entre os 34 primeiros colocados, sendo o primeiro atleta de Curitiba a concluir a prova.
Em 2004-2005, conquistei o 15º melhor tempo no Ranking Brasileiro de Maratonistas, na minha faixa etária (25 a 29 anos).


Ainda em 2004, fui o vice-campeão da Prova 30 km de Cascavel/PR.
Em julho de 2007, passei a fazer parte da equipe da Trainer Assessoria Esportiva, iniciando um programa de treinamento que vem mostrando resultados expressivos. O responsável por meus treinos é o professor Fabio Moralles Alonso, o Tchê.
Além de provas de 10 km, em 2007, treinei para duas maratonas. Na Maratona Internacional das Águas (Foz do Iguaçu/PR), meu tempo foi de 2h37m34s, fiquei entre os 15 primeiros colocados e fui o campeão da minha faixa etária. A Maratona Internacional de Curitiba concluí em 2h35m21s.
Em 2008, meu objetivo principal foi baixar o tempo de 10 km e alcancei ótimos resultados.


Na XII Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro, evento no qual foi realizado o Campeonato Mundial de Meia Maratona/Iaaf, reunindo os principais maratonistas do mundo, fui o campeão da minha faixa etária.
Fechei o ano de 2008, com a Maratona de Curitiba. Concluí a prova em 2h30m59s e alcancei o 4º lugar na minha categoria.
O ano de 2009 começou muito bem com a Supermaratona Cidade do Rio Grande: 2h59m22s e 2º lugar geral.
Depois, vieram outras corridas de 10 km e, novamente, venci a belíssima Corrida Serra da Graciosa.


Aliás, essa prova fez parte – se é que a Corrida Serra da Graciosa pode alguma vez ser tratada como coadjuvante – do treino para uma competição inédita e muito especial: Nike SP-Rio – o Desafio dos 600K, a maior prova de revezamento das Américas.
A Equipe de Curitiba, a qual integrei, foi a vice-campeã do revezamento.
O último mês de 2009 dedicarei ao início dos treinos para a supermaratona de fevereiro de 2010. Os 50 km me esperam mais uma vez!
Vamos lá para mais uma largada! São incontáveis quilômetros rodados, 16 maratonas, 5 ultramaratonas, alguns revezamentos, treinos incalculáveis, musculação, alongamentos, garra, superação, contentamento, ansiedade, companheirismo, muitas, muitas amizades e um grande amor.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quilômetro 1

Eu passava pelas ruas a correr e, durante esse tempo, era toda a cidade, eram as casas, os rostos, as vozes todas que começavam a anoitecer. Durante os dias, enganado pela serradura ou pelo que tinha de fazer, era-me fácil conduzir os pensamentos para onde queria. Se começava a pensar e me magoava a mim próprio, detinha-me na peça à minha frente: talvez uma janela inacabada, talvez o início do pé de uma mesa; e sabia que, em algum momento, sem esforço, chegaria outro pensamento, mais ameno, que havia de me entreter ou de me embalar. Mas, quando ia treinar, passava pelas ruas a correr e ninguém podia imaginar o mundo de palavras que levava comigo. Correr é estar absolutamente sozinho. Sei desde o início: na solidão, é-me impossível fugir de mim próprio. Logo após as primeiras passadas, levantam-se muros negros à minha volta. Inofensivo, o mundo afasta-se. Enquanto corro, fico parado dentro de mim e espero. Fico finalmente à minha própria mercê. No início, tinha treze anos e corria porque encontrava o silêncio de uma paz que julgava não me pertencer. Não sabia ainda que era apenas o reflexo da minha própria paz. Depois, quando a vida se complicou, era tarde demais para conseguir parar. Correr fazia parte de mim como o meu nome.

Cemitério de pianos de José Luís Peixoto (Rio de Janeiro, Record, 2008, p. 129-130)


Foto que dá título ao blog: Caio Guatelli