quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Queijo, geleia, carinho e muito suor


Parei! Não tive escolha, afinal era um caminhão. Estava embalado, faltavam apenas 240 metros para o final do treino, quando, de súbito, um caminhão cruzou a minha frente. Até sinalizei para que me desse a preferência, porém, em vão. O motorista preferiu aproveitar a trégua do fluxo de veículos e avançar a dar a vez para um maluco, ensopado, que corria desenfreadamente em direção à esquina. Tive que frear, pois uma colisão iria doer bem mais em mim do que nele. Apesar do susto, consegui retomar a passada e manter um bom ritmo no final do último tiro.
Foram três voltas de 5 km, feitas na hora do almoço em um percurso próximo da empresa, um asfaltinho plano, bom de correr, onde treino eventualmente em dias de rodagem em dois períodos.
O ritmo foi forte, média de 3’28’’/km. Os três minutinhos do intervalo mal davam para recuperar o fôlego e retomar a correria.
Então, era hora de voltar à empresa, afinal, tinha uma mesa cheia de trabalhos urgentes aguardando solução. Entre uma teclada e outra, belisquei um delicioso sanduíche que a minha linda preparou, com muito carinho, um pouco de queijo, peito de peru e geleia.
Que marrrraaaviiilha! Obrigado, meu amor.
No final da tarde, a planilha ordenava outros 14 km em ritmo médio. Já no início do treino, as pernas cansadas lembravam nitidamente da peleja de poucas horas antes, mas fazer o quê? Um dia já ouvi “o treino é para ser feito e não para ser pensado”. Então, em momentos de menor entusiasmo, uso isso como mola propulsora e, quando me dou conta e começo a pensar, já estou na metade do treino, hehehe.
O ritmo novamente foi bom e ficou próximo de 3’34’’/km.
Graças a Deus, mais uma etapa importante foi vencida. E falta, agora, pouco mais de um mês para a Supermaratona.
Beijos, minha linda.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A pista em brasa


Depois de 32 km, cumpridos em 80 voltas na pista da Unicenp, as pernas trançavam e os sintomas eram de atropelamento e mergulho em óleo fervente, o coração queria saltar pela boca e os pensamentos eram de desespero.
Havia um alento: tinha ainda 2 minutos de intervalo antes do derradeiro tiro, duas voltas e meia, mil metros.
O Tchê, meu dedicado técnico, estava ao meu lado, atento a tudo, entregando água e isotônico, me motivando e tirando fotos.
Foi um treino diferente, com volume e intensidade, sob uma situação climática parecida com a que se prevê para a Supermaratona de Rio Grande, da qual participarei em 27 de fevereiro. O treino de sexta, 14/01, 33 km, foi programado para começar ao meio-dia.


Fiz a longa distância com inserção de cinco intervalos decrescentes e tentativa de, ao menos, manutenção e redução de ritmo a cada carreira.
As semanas têm sido de treino intenso, com média de rodagem de 120 km. Ainda na quarta-feira, corri 27 km, divididos em dois períodos.
Tenho recebido o amor imprescindível da minha linda, a quem sou muito grato. Ela cuida da minha hidratação e da minha alimentação, com direito até a mimos pós-treino como sorvete de creme, morango e cereja oferecidos na boquinha. Assim fica fácil correr!


O treino seguiu. Tomei outro gole de água gelada, revigorante, e estava pronto para dar a partida do último tiro. Porém, desta vez, não estaria só, o Tchê me puxaria neste tiro final. A borracha da pista parecia amolecer ante o sol escaldante, a temperatura beirava os 35º C e o corpo insistia em avisar que "não tinha pernas".
Alheio a tudo, parti, os primeiros 200 metros foram moderados. O Tchê abriu vantagem, pedi que me puxasse à frente, outros 400 metros concluídos. O ritmo melhorou um pouco, mas não consegui me aproximar do técnico, que derretia em suor 30 metros à minha frente. Na última volta, nos 200 metros seguintes, o ritmo evoluiu e consegui me aproximar dele; outros 100 metros e, na reta final, o Tchê e eu estávamos emparelhados.
Era uma disputa acirrada, não havia competição real, somente o desejo mútuo de motivar e fazer daquele o melhor tiro do dia. O corpo já não tinha reservas de energia, a tonteira e o aquecimento estavam em níveis perigosos. Havia dor em todos os nervos e músculos das pernas e dos braços, parecia que iria desmaiar. Contudo, decidi ignorar os sinais e acelerar.


Em 3'14" foram concluídos os últimos mil metros deste memorável treino de 82,5 voltas na escaldante pista da Unicenp.
O desafio de Rio Grande está cada dia mais próximo. Estou me preparando. Graças a Deus, mais um treino foi concluído.
Vale muito a pena não desistir e suportar o desespero do cansaço em alguns momentos para, então, curtir, a deliciosa sensação do dever cumprido.
Beijos, minha linda.