segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Missão cumprida


Outros 50 km finalizados com sucesso!
A prova em Rio Grande teve elevado grau de dificuldade. O calor e a alta umidade do ar prejudicaram o rendimento dos participantes. Esse detalhe pode ser comprovado no tempo de prova dos atletas, se comparado ao do ano anterior, e também pelo significativo número de desistentes. Foram 266 inscritos e apenas 176 concluintes.
Com relação ao meu rendimento em particular, testifico que treinos não faltaram, porém, como foram realizados, em sua maioria, pela manhã ou no final da tarde e, muitas vezes, sob chuva, não consegui atingir uma preparação adequada nas condições em que a prova foi disputada, com calor de aproximadamente 29º C e grande dificuldade para resfriamento do corpo.
Por volta do km 12, percebi que as circunstâncias da corrida seriam bastante adversas, então, reduzi o ritmo para seguir até o final, e consegui!
O pace não ficou nem próximo do que foi planejado e treinado, porém, cada prova tem sua história e, nesta, a vitória consistiu em concluí-la.
Muitas vezes, somos obrigados a mudar a estratégia traçada para uma competição durante o seu próprio desenvolvimento, para se adequar às condições que se apresentam, e foi o que aconteceu na XVII Supermaratona Cidade do Rio Grande.
Apesar do tempo alto na prova, fiquei satisfeito por tê-la finalizado.
Foi uma batalha, quilômetro a quilômetro, mas deu tudo certo.


No meio do percurso, pensei até em não treinar mais para maratonas, que era uma loucura, no entanto, ao final, meu pensamento mudou: está lançado um novo desafio, para que, em 2011, o resultado seja melhor.
Em vários momentos, me lembrei de toda a torcida e dos pensamentos positivos dos amigos que acompanham a minha história. Tudo isso me deu forças para seguir e não desanimar.
Os incansáveis Tchê e Vera, sua mãe, fizeram o apoio sob o sol escaldante, indo e vindo, sendo verdadeiros anjos que apareciam sempre com o gelzinho e a água gelada, naquele deserto de retas intermináveis, entre Rio Grande e a Praia do Cassino.
Agradeço a todos, de coração, pelo apoio e a torcida.
Beijos, minha linda.

Lista dos primeiros colocados


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Felicidade


A felicidade é percebida de várias formas.
No olhar alegre da mulher que recebe o seu amado no retorno do trabalho, sempre com um sorriso nos lábios e um abraço caloroso como saudação.
No riso largo da criança de família humilde, que, finalmente, numa ensolarada manhã de Natal, ganha o presente tão desejado.
Também no primeiro passo vencido, do atleta obstinado que, ignorando os sinais emitidos por seu corpo cansado pela sequência de treinos, o qual clama por mais alguns momentos de desfrute daquele repouso gostoso da manhã, levanta-se para mais uma sessão exaustiva de treinos.
Sexta-feira 12 de fevereiro foi o último dia de treino forte antes da prova almejada: a Supermaratona de Rio Grande! A planilha previa 15 km pela manhã e 14 km no final da tarde.
A indecisão no leito resultou em atraso. Não restaram muitas opções, era correr ou correr. O treino, normalmente efetuado no Parque Barigüi, teve seu local alterado, pois, para realizá-lo no parque, são adicionados 4 km de trote leve, uma vez que o terreno na saída de casa é acidentado, não sendo possível já iniciar o treino no ritmo programado.
A agenda do dia estava apertada. Os treinos precisavam ser concluídos rapidamente para dar conta do trabalho na gráfica.
Então, a corrida foi reduzida à pista da Praça Oswaldo Cruz, com muita areia e curvas fechadas. A praça fica a mil metros de casa, percurso que serviu como aquecimento para o treino.
O corpo, ainda sonolento, dava sinais de que o melhor era voltar para casa e dormir um pouco mais, porém, já desconfiava que seria feito exatamente o contrário. Aquecido, alongado e motivado, dei início à correria.


A pista tem 280 metros seguindo-se a sua borda externa, o que me obrigou a dar 54 voltas para concluir os 15 km programados. Para cumprir o ritmo solicitado, de 3’30” por km, percorri cada volta em aproximadamente 58 segundos.
As voltas foram se sucedendo, o corpo esquentando e as pernas decidiram cooperar. Apesar do grande número de voltas e do terreno arenoso, gosto de treinar na pista pela regularidade ritmada que é possível manter volta a volta. Consegui me concentrar nos movimentos, na frequência das passadas e na postura dos ombros, do queixo e dos braços.
A alegria de ter saído do conforto para iniciar o treino – mais um arrematado –, se somou a outro grande momento de felicidade, olhar para o cronômetro e observar que o ritmo foi ainda melhor do que o esperado.
Passei os 5 km com 17’17”, os 10 km com 34’10” e os 15 km finalizei com 51’18”, perfazendo um ritmo médio de 3’25” por km.
Apesar de ter sido um bom treino, havia ainda outro a ser realizado, no mesmo dia, no final da tarde. Mais 14 km me aguardavam.
Então, após outro dia de trabalho animado na empresa, voltei à mesma pista de areia para finalizar o dia de treino, que havia começado bem.
Confesso que a satisfação do resultado obtido pela manhã, contrastava com certa preocupação de, talvez, ter gasto toda a energia no primeiro embate, restando apenas moleza e peso nas pernas sobrecarregadas para o derradeiro treino vespertino.


Sem dar muita margem às dúvidas, iniciei as voltas próximo das 19h, ainda com sol. A nova rodagem programada era de 14 km em ritmo médio de 3’40” por km; algo em torno de 1’05’’ por volta (280 m), sendo necessárias 50 voltas para fechar o percurso.
O treino em pista ajuda no quesito concentração do atleta, pois se trata de algo repetitivo, no qual é preciso manter toda a atenção, o que é muito exigido no momento da competição. Vale lembrar: 50 belos quilômetros de asfalto, paralelepípedo e areia.
Ao final das 50 voltas, nova surpresa, outra vez o cansaço e a exaustão deram lugar à felicidade da conclusão vitoriosa de mais um treino duríssimo.
Os 14 km foram corridos em 49’47”, num ritmo médio de 3’33” por km. Levando-se em conta a corrida da manhã, um feito bastante satisfatório, afinal, foi fechada esta etapa de treinos.
O ciclo “ou vai ou racha” está quase concluído. Falta agora o fechamento com chave de ouro, o dia da prova, o teste derradeiro, que irá confirmar a eficácia das intermináveis sessões de treinamento, realizadas nas manhãs, tardes, noites e madrugadas desde dezembro.
Tenho a consciência de que usei o meu máximo nos treinos, lutando sempre contra a vontade do meu corpo, buscando forças em cada lembrança de treinos finalizados e do carinho daqueles que me apoiam e torcem pelo meu sucesso.
Obrigado ao meu treinador, pelos treinos, pelo incentivo e pelo apoio. Obrigado à Ana e à Priscila, do Saúde Pilates, pelo zelo e pelo profissionalismo. Obrigado ao Teixeira, da Fit Premium Batel, onde realizo minhas séries de musculação.


Sem esquecer toda a gentileza e apoio diários cedidos pela minha fiel companheira de todas as horas, que, entre outros cuidados, prepara, diariamente, deliciosos sanduíches para os meus lanchinhos ao longo do dia e sempre me recebe com aquele sorriso nos lábios.
Agora, a poucos dias da competição, reduzo as cargas de treino e intensifico o descanso e a mentalização de cada percurso da prova.
Até lá e torçam por mim.
Beijos, minha linda.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Treino até em cima de água

Seu belo braço se esticou em minha direção, repetindo o gesto generoso que me dedicou nas outras voltas. A mão segurava firme um pequeno copo com deliciosa água mineral geladinha e também trazia entre os dedos um envelope de carboidrato em gel, sabor chocolate, o meu preferido. No seu rosto, podia ver uma expressão cortês, típica de quem, com amor e cuidado, oferece algo a um sedento.
Era, então, minha quarta volta no alagado Parque Barigui, que, naquela manhã de sábado nublado, exigia ainda mais esforço dos corredores e passantes que se aventuravam em circular pelas suas ciclovias, invadidas pelas águas do lago.




Em alguns trechos, tive que correr pelas ruas do entorno do parque; em outros trechos, inevitavelmente, atravessei um pequeno riacho que se formou na pista e cobria os pés e alcançava a canela, nos quais, consequentemente, havia muita lama escorregadia.
Foi um treino muito bom. Recebi o apoio da minha companheira de sempre, nos treinos e na vida, me entregando água, carboidrato e muito carinho, e, também, o clima ajudou, a manhã nublada deixou tudo menos difícil.
A meta era uma pirâmide decrescente de ritmos, como tenho feito normalmente, que ficou assim:
10 km – 36min20s – 3min38s/km
20 km – 1h11min27s (10 km em 35min07s) – 3min30s/km
30 km – 1h46min57s (10 km em 35min30s) – 3min32s/km
35 km – 2h05min02s (5 km em 18min05s) – 3min36s/km
O resultado final não foi exatamente o que havia sido planejado, porém, em função das dificuldades adicionais que se apresentaram, o treino foi bastante satisfatório.
Agora, cada vez mais próximo do momento da largada, este treino serviu para atribuir mais confiança, para indicar que estou no caminho certo, mas que é necessária ainda mais atenção a outros pontos do treinamento, como alimentação, alongamento, sono e descanso, pois uma prova se decide nos detalhes.
Graças a Deus, em mais uma bela manhã curitibana, tive saúde, fôlego e muito apoio para cumprir mais uma etapa importante do treino rumo aos 50 km.
Beijos, minha linda.