terça-feira, 12 de março de 2013

Construindo uma campeã




Mesmo com meu guarda-chuva velho de guerra, não consegui abrigo da tempestade que se precipitava sobre a capital naquele domingo, então, caminhei até um ponto de ônibus próximo. Ele ficava bem no final de uma das grandes subidas da Cândido Hartmann. Mal cheguei ao ponto e já avistei, em meio à nuvem de água, uma garota correndo forte, toda ensopada pela chuva e determinada a concluir seu treino, alheia às condições climáticas. Fui até ela, entreguei gel e água e recebi seu costumeiro largo sorriso de brinde – uma linda! Ela fez sua hidratação e reposição e seguiu seu percurso, com passadas firmes, pois ainda restavam 17 km para finalizar o longuinho de 25 km, previsto para o dia.





Para o período de base deste 2013, planejamos dois meses de treinos privilegiando os trabalhos em aclive, declive e areia, rodagens em estradas de terra batida, musculação e, é claro, algumas sessões de intervalados, para manter a animação, afinal, velocidade é sempre importante.









Trabalhamos com treinos de corrida em quatro dias da semana e com dois dias de treinos de musculação. Apesar de serem apenas quatro corridas semanais neste período, procuramos mesclá-las bem, com treinos variados de força, resistência e velocidade. No sábado, normalmente, havia uma exaustiva sessão de tiros e, no domingo, uma rodagem de 20 a 25 km.





A ideia de a Vivi participar da K21 Curitiba foi concretizada a 20 dias da prova, pois a competição se encaixava exatamente no final do ciclo de base: uma meia maratona em percurso de trilhas, montanhas e muito verde, diferente do que será usado nos treinos seguintes, para a Maratona de Porto Alegre.
Apesar do seu receio de não ter treinado adequadamente para a disputa, observamos que, durante a base, foram realizados bons treinos de cross country, em percursos com subidas e até um último treino de intervalados em subidas, sobre a grama, em um dos lados do bosque do Parque Barigui.



Quando fui até o km 20 do percurso da K21 Curitiba, não precisei esperar muito e surgiu a primeira colocada da prova, a minha linda, Viviane Baggio, sorridente e com as mesmas passadas resolutas dos treinos suados e molhados. Entreguei a ela um gel, um copo de água gelada e um largo sorriso — já vislumbrava sua vitória. Ela estava sozinha na liderança e pronta para correr outros 21 km se necessário fosse.
A partir dali, tive a certeza de que cruzaria a linha de chegada em primeiro lugar, coroando todo o trabalho e a dedicação de uma vida no esporte. Lembrei-me também daquele outro domingo, no qual ela treinou firme, indiferente à chuva e ao treino intervalado do dia anterior. As primeiras passadas de uma vitória são dadas ainda em nossa mente determinada a fazer o melhor.





O período de base foi concluído com extremo sucesso, agora, rumamos às novas passadas.
Sou muito grato por poder participar das suas vitórias, meu amor.
Beijos, minha linda.


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